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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Hoje matei um poema!

Hoje matei,
matei um poema
de cálidas palavras
e de branco sofrer…
Matei-o antes de nascer
com versos de raiva
feitos de frases de pólvora
matei-o…
Hoje,
porque sempre pensara
nesse acto
matei,
com brasas de revolta
estendidas pelas palavras.
Hoje matei um poema
e entreguei-me.
Entreguei-me aos leitores
de braços rendidos
presos…
Cumprirei a penitência
em silêncio
e quando a liberdade voltar
voltarei também entre rimas
e matarei, novamente,
o então hoje
que trouxer um poema
solto ao vento
que um dia foi meu
também teu
e que o matei…

O verdadeiro poema
não morre!
Vê-nos morrer…

Hoje matei…
um pouco de mim
e pensei que era um poema.


(Poema de: Paulo Afonso Ramos)

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